Ensinar bem é...
... lidar com a diversidade
Na mesma
proporcão em que, felizmente, aumenta o acesso das crianças brasileiras à
escola, cresce a diversidade nas salas de aula. Uma turma pode reunir crianças
de diferentes classes, regiões, culturas, crenças. Elas respondem de modos
distintos a conteúdos, objetivos e exigências planejados para serem iguais para
todos. O desafio, portanto, é não mascarar essas diferenças, mas valer-se delas
para enriquecer o aprendizado e a vivência do grupo.
A
diversidade entre os indivíduos é uma condição da natureza humana e está sempre
presente em qualquer abordagem pedagógica. Isso não significa que lidar com ela
seja simples. "Ainda estamos aprendendo a conviver com a
diversidade", diz Roseli Fischmann, professora da Faculdade de Educação da
Universidade de São Paulo. Segundo ela, o caminho é "refletir em grupo,
partilhar, buscar se compreender". O que você deve ter em mente é
encontrar um equilíbrio entre objetivos comuns e necessidades pessoais de cada
estudante.
A busca
desse equilíbrio não é fácil. Primeiramente é preciso saber até que ponto todos
os envolvidos, da equipe escolar aos pais de alunos, estão de acordo em aceitar
que cada aluno tem direito a um ensino adaptado, na maior medida possível, a
suas possibilidades e limitações.
Nem toda
diversidade, no entanto, significa desigualdade. É o caso das diversidades
culturais, de aptidões específicas etc. Esses são aspectos individuais que
enriquecem a convivência coletiva. A você cabe ter sensibilidade para
detectá-las e lidar com elas sem transformá-las em estigmas. "Trabalhar
com a diversidade é normal; querer fomentá-la é discutível; regular toda a
variabilidade nos indivíduos é perigoso", escreve o educador espanhol José
Gimeno Sacristán.
Currículo
e avaliação flexíveis
Quando as
respostas da turma são desiguais em relação aos padrões de aprendizagem
exigidos, é recomendável, além da revisão dos métodos de avaliação, adotar
currículos flexíveis. Para isso é preciso definir claramente o que deve ser
comum a todos os alunos e quais podem ser os conteúdos diferenciados.
Finalmente, cabe a você cultivar conceitos como flexibilidade e tolerância.
Eles são pré-requisitos para a boa convivência e a adaptação de pessoas
diferentes a ambientes e objetivos comuns. "O mais importante é não ficar
no discurso, mas adotá-lo na prática", diz a educadora Roseli Fischmann.
Viva a diferença
Para
lidar com a diversidade é essencial:
- definir o que é comum a todos e o que é particular em cada aluno;
- criar diferentes ambientes de aprendizagem;
- conhecer as particularidades dos alunos para estimular o interesse de cada um;
- diversificar o material didático;
- acompanhar a aprendizagem de cada estudante;
- trocar informações e opiniões com outros professores;
- não tentar mascarar nem destacar em excesso as diferenças dentro da turma.
Índice
da edição 164 - ago/2003
Dísponivel em:
www.revistaescola.abril.com.br/edicoes/0164/aberto/mt_243565.shtml - 29k -
Data do acesso: 12/03/09 as 00:45 h
0 comentários:
Postar um comentário